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Nascer de Terras

Amanda Coimbra

Amanda Coimbra parte da icônica fotografia “Earthrise” (1968), do astronauta William Anders, que mostra o planeta Terra visto da Lua, para criar as cerca de 20 obras da exposição “Nascer de Terras”. Considerada como uma das 100 fotografias que mudaram o mundo, a imagem serviu de base para a artista começar a fotografar o céu noturno de forma analógica. Com os negativos em mãos, ela começou a arranhá-los, com agulhas, pontas de compasso e outros objetos pontiagudos, fazendo desenhos, criando novos planetas, desenhando estrelas, luas e repensando o nosso lugar no mundo.

“Na superfície nítida e perfeita do negativo, crio marcas permanentes, quase como se fosse uma tatuagem, transformando-a em uma imagem meio ambígua, híbrida, pois ainda há a informação original daquela imagem fotográfica, mas com um desenho por cima, que se torna parte daquilo”, explica Amanda Coimbra.

Com isso, a artista mescla a realidade da fotografia com os seus desenhos, criando imagens híbridas de ficção e realidade, misturando dois suportes distintos – fotografia e desenho – em uma mesma obra. “Ao borrar a fronteira entre ficção e realidade, ciência e imaginação, Nascer de Terras reafirma que não existem imagens inocentes. É preciso estar atento e em posição de duvidar. É preciso olhar, olhar de novo, e olhar mais uma vez. O que estamos realmente vendo?”, ressalta a curadora Fernanda Lopes.

Enquanto Amanda fazia os desenhos, o robô da Nasa “Perseverança” chegava a Marte, e a artista incluiu o planeta vermelho em algumas obras. “A missão tinha como principal objetivo procurar sinais de vida no planeta e, como desdobramento, estudar a possibilidade dele ser habitado por seres humanos. Se em 1969, a fotografia da Terra nos fez repensar nossa relação com o planeta que habitamos e com a construção da imagem, hoje, acompanhar a exploração de Marte é ver nascer mais uma vez outra possibilidade de Terra. E outra possibilidade de imagem”, afirma a curadora.

Sobre a exposição

Sobre a artista

Amanda Coimbra (Brasília, 1989) – Vive e trabalha no Rio de Janeiro. Graduada em Artes Visuais pelo School of the Art Institute of Chicago (2011). Participou das residências artísticas Casa da Escada Colorida (2021-2022), DESPINA (2017), Espacio de Arte Contemporáneo (Montevidéu, 2017), Proyecto ‘ace (Buenos Aires, 2012) e Picture Berlin (Berlim, 2009). Desde 2010 mostra seu trabalho em exposições coletivas e individuais no Brasil, Estados Unidos, Alemanha, Suíça, Uruguai, Argentina e Perú. Em 2016 publicou o foto livro “A Memória de um Álbum de Viagem”, com texto crítico da curadora argentina Ana María Battistozzi. Em 2021 seu projeto “Nascer de Terras” foi contemplado pelo edital Retomada Cultural RJ (Lei Aldir Blanc – SECEC RJ)

Sobre a curadora

Fernanda Lopes é curadora, crítica de arte e pesquisadora. Doutora pela Escola de Belas Artes da UFRJ, é Diretora Artística do Instituto Pintora Djanira e professora da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, onde foi aluna. Organizou, ao lado de Aristóteles A. Predebon, o livro “Francisco Bittencourt: Arte-Dinamite” (Tamanduá-Arte, 2016). Escreveu os livros “Área Experimental: Lugar, Espaço e Dimensão do Experimental na Arte Brasileira dos Anos 1970” (Bolsa de Estímulo à Produção Crítica, Minc/Funarte, 2012) e “Éramos o time do Rei – A Experiência Rex” (Prêmio de Artes Plásticas Marcantonio Vilaça, Funarte, 2006).


Entre as curadorias que vem realizando desde 2009 está a atuação como curadora adjunta do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (2016-2020), curadora associada do Centro Cultural São Paulo (2010-2012), e curadora convidada da Sala Especial do Grupo Rex na 29ª Bienal de São Paulo (2010). Em 2017 recebeu, ao lado de Fernando Cocchiarale, da Associação Brasileira dos Críticos de Arte (ABCA) o prêmio Prêmio Maria Eugênia Franco (curadoria de exposição em 2016) pela curadoria da exposição “Em Polvorosa – Um panorama das coleções MAM-Rio”. É membro do Conselho Editorial da revista Concinnitas (UERJ).

Informações

"Esqueça de mim" de Marcelo Albagli e "Nascer de Terras" de Amanda Coimbra na Z42 Arte
Abertura: 19 de novembro de 2022, às 16h
Exposição: até 17 de dezembro de 2022
Rua Filinto de Almeida, 42, Cosme Velho – Rio de Janeiro
Telefone: (21) 98148.8146
De segunda a sexta, das 11h às 16h. (Sábado, mediante agendamento.)
Entrada franca

Atividades em torno da exposição

  • Como parte da exposição, no dia 26 de novembro será realizada uma conversa entre a artista Amanda Coimbra e a engenheira química Teresinha de Jesus Alvarenga Rodrigues, que foi tecnologista sênior do Observatório Nacional. A conversa será gratuita e aberta ao público.

  • No dia 3 de dezembro, os artistas e a curadora Fernanda Lopes farão uma visita guiada pela exposição.

  • No dia 10 de dezembro, Marcelo Albagli conversará com a jornalista e professora de jornalismo na PUC-Rio, Rose Esquenazi. A conversa também será gratuita e aberta ao público.

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