Alex Araripe
(11 de fevereiro a 22 de março de 2019)
Alex Araripe (1969) vive e trabalha no Rio de Janeiro. Bacharel em cinema pela Universidade Federal Fluminense atua como diretor de fotografia e editor de imagens em cinema, televisão e publicidade desde os anos 90. Paralelamente ao seu trabalho com audiovisual, desenvolve pesquisa em artes visuais há 10 anos. A presente mostra pretende lançar luz sobre parte desta produção inédita. A curadoria é assinada por Gabriela Caspary (1971), mestra em História e Crítica de Arte pelo Programa de Pós-Graduação em Artes da Uerj e bacharel em História da Arte pelo Instituto de Artes da Uerj.
A exposição vai ocupar os cinco salões da galeria Z42 Arte Contemporânea. O espaço tem projeto arquitetônico de Ivan Pascarelli e projeto de iluminação assinado por Rogério Emerson e é localizado numa casa de arquitetura eclética dos anos 30, com 1500 m2, a poucos minutos da Estrada de Ferro do Corcovado. A Z42 Arte se apresenta como um espaço de interação artística a fim de promover arte contemporânea através de debates, workshops e cursos especializados. Além do espaço expositivo e de um auditório, a Z42 Arte abriga ateliês de artistas residentes e guarda o acervo pessoal do colecionador Fábio Szwarcwald.
A presente mostra, primeira exposição individual de Alex Araripe, reúne sua produção desenvolvida entre 2010 e 2019. Serão apresentados trabalhos em diversos suportes e formatos, como fotografia, assemblage, instalação e vídeo. A curadoria dividiu as salas por eixos temáticos que se relacionam. As galerias 1 e 2 fazem parte do eixo Quase memória, o eixo da galeria 3 denomina-se Radial Oeste e as galerias 4 e 5 pertencem ao eixo Deriva.
Imaginar é o ato de criar imagens. Alex Araripe lida com dispositivos ópticos como ferramenta diária de trabalho e faz da imaginação, a partir da luz, um exercício de instigação que transborda para dentro de suas memórias e das derivas pelo tempo e espaço. Seus deslocamentos pela cidade são atravessados pelo olhar sombrio e claro do artista. Em seu percurso, coleta afetos, impressões e objetos perdidos para a construção de seus conceitos. Imaginar é também arquitetar memórias.
O trabalho de Alex Araripe é atravessado pelas questões do objeto na arte, iniciadas no começo do século XX na Europa com os ready-mades de Duchamp, os contrarrelevos de Tatlin, a arquitetura suprematista de Malevich ou os objets trouvés surrealistas. No Brasil, essas questões podem ser observadas no conceito de objetos-criados, pensado por Waldemar Cordeiro; na teoria do não-objeto, de Ferreira Gullar; e nas “novas estruturas para além daquelas de representação”, teorizadas por Hélio Oiticica.
Curadoria | Gabriela Caspary